Ao se diagramar uma revista, qual seria o melhor tamanho escolhido pelo designer para a fonte/texto de uma revista? Em outras palavras, qual corpo seria ideal para os títulos, para o texto, para as legendas de revista? A resposta parece ser simples: depende da revista, do seu tamanho, do seu leitor. No caso daRevista Vida Capichaba, pode-se notar que o texto básico durante todos os seus anos até quase o final, era composto em corpo 9. Isto é notável porque a aparência da revista tinha por base essa configuração discreta vinda da harmonia que o uso constante de uma fonte com mesmo corpo, causa visualmente. Se houvesse variação de tamanho, o resultado afetaria toda a identidade gráfica da revista, como aconteceu nos seus últimos anos, junto com outras mudanças.
Nos títulos , o corpo variava. Usava-se outros tamanhos e certas seções como a de “Poesia”, também podiam mudar, mas mesmo ali ainda se via o padrão que era o uso do corpo 9 no texto.
O que variava mesmo era o uso de entrelinha. Durante os primeiros cinco anos, o texto era composto com o uso de uma entrelinha mais justa em proporção ao tamanho da fonte. Encontramos c. 9./8,5 e c. 9/9 prevalecendo. Já em 1929, o texto básico se torna c.9/11. Esse aumento da entrelinha em relação ao corpo da fonte, dava uma aparência mais leve a mancha gráfica e com certeza, uma leitura mais confortável. Combinado com títulos com variadas fontes, vinhetas e outros recursos gráficos, proporcionava um contraste onde a hierarquia das informações era bem definida.
As vezes o que é mais discreto, mas é constante, é o que dá identidade a uma publicação, como por exemplo, a fonte, seu tamanho e sua entrelinha. É muitas vezes, uma atuação subliminar no leitor. O designer deve estar atento a isso, deve olhar com atenção a todos os elementos gráficos que compoem a sua página e, como um maestro com sua orquestra, dizer quem e quando deve aparecer. A base deve ser tratada com toda a atenção pois ela dá o suporte ao resto.
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