O começo

terça-feira, 27th de julho, 2010.

Início de semestre. Final da aula de Projeto 2. Professora Heliana Pacheco sentada em sua mesa com um grupo de alunos em volta, conversando sobre um núcleo de pesquisa criado no curso. Mais afastada do grupo estava eu e minha curiosidade. Esta me fez chegar mais próxima do grupo para saber no que consistia esse núcleo.
– Um núcleo de identidade gráfica capixaba convoca voluntários para a pesquisa. Se alguém tivesse interesse em conhecer o núcleo, as quintas-feiras se realizavam as reuniões.
Agradeço a minha curiosidade!
Compareci a reunião e me interessei pela pesquisa. O núcleo ganhou mais uma voluntária.
Fui orientada a levantar o acervo da biblioteca do Instituto Federal do Espírito Santo, o Ifes. Um dos voluntários do núcleo, o Gustavo Binda, descobriu que nos anos de 1942 a 1963 ocorreu neste local um curso de Tipografia e Encadernação.
Em meio às descobertas, um jornal – o jornal E.T.V., produzido pelos alunos do curso de Tipografia e Encadernação. Logo escrevi um sub-projeto.
O conteúdo do jornal é muito interessante pois permite entender o contexto da época, o ambiente escolar, o que se passava na cabeça dos alunos com relação ao seu futuro profissional, além da parte gráfica já que o jornal era feito tipograficamente (o que me encanta ainda mais nessa pesquisa, já que é uma oportunidade de conhecer esse universo tipográfico que hoje quase não temos acesso).
Em uma de minhas últimas visitas a biblioteca do Ifes, uma descoberta interessantíssima. O jornal que de início parecia ser apenas de circulação interna da escola, circulava também fora desta, inclusive em outros estados. Em duas das sessões do jornal E.T.V. – Publicações e Palavras de Estímulo – aparecem trechos de cartas de responsáveis por outras escolas (algumas de outros estados como Rio de Janeiro, Paraíba, Bahia e Distrito Federal) e agradecimentos pelas cartas recebidas. No conteúdo das cartas, há a menção de que essas outras instituições de ensino receberam exemplares do jornal E.T.V. e aquelas que produziam alguma publicação mandavam exemplares desta para os alunos da Escola Técnica de Vitória. Existindo assim uma troca de conhecimento entre esses alunos.
Essa descoberta enriquece ainda mais esse trabalho. Na era da internet, da velocidade das informações é emocionante ver uma outra realidade que também funcionava. As cartas, as pequenas publicações – essas neste caso a nível escolar, permitia uma troca de informações tão bacana e enriquecedora para os estudantes da época.
Danúsia Peixoto — Julho/2010

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