A proposta de fazer uma pesquisa sobre o curso de Tipografia e Encadernação na então Escola Técnica de Vitória atual Ifes – Instituto Federal do Espírito Santo, surgiu há cerca de um ano quando eu cursava a disciplina “História do Design do Brasil” e, por coincidência, tomei conhecimento da existência desse curso, que teve início na década de 40 e funcionou até meados dos anos 60.
Até então, eu acreditava que o primeiro curso institucionalizado na área das artes gráficas no Espírito Santo seria o curso universitário de Desenho Industrial da Ufes, criado em 1998. O curso de Tipografia da escola técnica surgiu em 1942 num outro contexto, com a reorganização do ensino industrial nos moldes modernos da época e compatíveis com os anseios de progresso e comprometimento no desenvolvimento da indústria no Espírito Santo. Ele foi efetivado pela Lei Orgânica do Ensino Industrial.
Rita Maria Couto (2008) fala sobre a importância de estudar essas primeiras iniciativas de ensino nessa área:
O início do aprendizado do design no Brasil certamente ocorreu como qualquer outra atividade prática, ou seja, por meio de processos de adestramento, observação e participação em tarefas concretas, como nos tempos das manufaturas e oficinas de artes e ofícios, dirigidas por um mestre, assistido por oficiais e aprendizes. Assim foi nos primórdios da Bauhaus, dividida em ateliês comandados por mestres e artistas de renome, e assim continua a ocorrer no aprendizado continuado e informal em indústrias, escritórios e outros locais onde designers desenvolvem suas atividades profissionais. (COUTO, 2008)
Pretendo através desta pesquisa investigar esse curso de Tipografia e Encadernação da antiga Escola Técnica de Vitória, focando na estrutura e metodologia utilizadas no ensino das artes gráficas na escola, além de sua importância para a formação dos profissionais que foram responsáveis pela impressão de importantes impressos capixabas.
Gustavo Binda — julho/2010
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