Arquivo da Categoria "Nigráfica"

Ideia de pesquisa

Postado por hpacheco em 18/10/2010

Visitando Muqui, cidade ao sul do ES, seguindo sugestão do historiador Michel Caldeira de Souza, do Arquivo Público, vimos os casarões da época áurea do café na região, que estão tombados. É uma coleção espetacular, não só de arquitetura, mas de tipografia arquitetônica.  A tipografia das edificações vistas nos títulos e nas datas de construção, falam de uma identidade gráfica capixaba dos anos 20. Tema que certamente merece estudo que se somará aos já em andamento em outras cidades do Brasil, enquadrados na grande pesquisa da memória gráfica brasileira.
Vejam algumas a seguir e mais neste link(mais…)

“Autoria gráfica”

Postado por gbarbosa em 07/10/2010

Dando continuidade a análise gráfica da Revista do IHGES, vista no meu últimopost, observo nas revistas uma grande variedade do tema e dos padrões de diagramação. Uma variedade bastante enriquecedora para nossa pesquisa.
Vimos no livro Notícias do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (2005), escrito pelo atual presidente do IHGES, Getúlio Marcos Pereira Neves, que a revista foi concebida como veículo de atividade da casa e da produção de seus sócios. Segundo o estatuto do próprio instituto, os textos devem se restringir apenas as áreas de atuação da casa, ou seja, História, Geografia e Ciências afins notadamente referentes ao Espírito Santo. Graficamente podemos ver isso pois a disposição dos títulos e segmentação dos textos nos apontam para a presença de um tema geral, porém com variações múltiplas dos diversos assuntos tratados neste grande universo. Vemos isso também através da variações do número de páginas por publicação e também pelas variadas sessões  encontradas. Há também o aspecto do que poderíamos chamar de “autoria gráfica” .
Por exemplo, devido o recente advento da edição e diagramação dos textos de forma eletrônica, os revisores de cada texto são os próprios autores, de forma que a mesma edição possui vários “editores”. A consequência disso é que cada artigo pode ter, e tem tido,  uma diagramação diferente. Ao analisarmos dois artigos presentes no 55º exemplar, notamos algumas diferenças entre quanto a diagramação entre os autores. O primeiro artigo é de Rogério Coimbra, sobre o hino espírito-santense. E o segundo é de Renato Pacheco, intitulado de “Amigos acadêmicos, do lado de lá”.
No primeiro artigo, o título é centralizado horizontalmente com uma tipografia serifada em caixa alta e em negrito. O nome do autor e sua função fazem um conjunto de duas linhas marcantes por estarem  alinhadas a direita e à aproximadamente uma linha tipográfica abaixo do título, dispostos em caixa alta e baixa, regular, e também por usarem  uma fonte diferente do título e do texto, sem serifa, além de estar em um corpo menor que o do título e um pouco maior que do texto. O texto, logo abaixo do nome do autor, sem nenhum espaçamento de parágrafo, apresenta um recuo de parágrafo de aproximadamente seis caracteres e está justificado numa tipografia serifada e regular.

Detalhe da primeira página

Detalhe da primeira página


Por outro lado, no artigo de Renato Pacheco, o título, apesar de também ter o título centralizado horizontalmente e apresentar uma tipografia serifada e em caixa alta, a fonte está regular e não em negrito, como no artigo anterior. O espaçamento entre o título e o nome do autor permanece de mesmo tamanho, mas este encontra-se na mesma tipografia serifada usada em toda  a página. E apesar de também estar alinhado a direita, o cargo do autor, que está logo abaixo, possui um tamanho reduzido em relação ao nome do autor, o que não acontece no outro texto analisado, apesar deste também apresentar as ocupações do autor. O texto está aproximadamente à uma linha tipográfica abaixo do nome do autor e apresenta uma tipografia também serifada, porém com corpo e entrelinha maior que no texto de Rogério Coimbra.
Detalhe da primeira página

Detalhe da primeira página


Isso é apenas um exemplo de algo que se repete em várias edições, uma curiosa característica que acaba talvez por revelar também um pouco sobre cada autor do texto que se faz, aparentemente, autor também do resultado gráfico.
 
 

Primeira reunião interna geral

Postado por gbarbosa em 07/10/2010

No dia 4 de outubro, última segunda-feira, realizou-se no Cemuni  4, a nossa primeira Reunião Interna Geral de todos os projetos no Nigráfica inscritos no Programa PIIC|PIVIC |Ufes 2010-2011. Uma proposta das professoras orientadoras Heliana e Letícia. Foi uma reunião muito esclarecedora, que foi dividida em três apresentações de 10 minutos para cada linha de pesquisa do Nigráfica. São ela: as pesquisas no Ifes, formada por Daniel (voluntário do Nigráfica), Danúsia, Gustavo e Patricia; depois a pesquisa no IHGES composta por Paulo, Rafael (voluntário do Nigráfica) e eu; e terceira  das pesquisas realizadas no APEES com Marília e Ricardo.
O encontro foi bem objetivo e serviu tanto para uma primeira avaliação geral como também para troca de informações entre os grupos a respeito das respectivas pesquisas, tais como métodos usados, etapas vencidas e os próximos passos. Foi também um treinamento para apresentações posteriores que serão abertas aos alunos do curso. Além disso, apresentar nossos resultados e próximos passos nos possibilita enxergar mais claramente nosso próprio projeto e o caminho que estamos traçando.
O próximo encontro será em novembro.

Reunião Interna Geral com todos os integrantes do Nigráfica

Reunião Interna Geral com todos os integrantes do Nigráfica


 

Visita do Nigráfica ao APEES

Postado por ladht em 01/10/2010

O Nigráfica visitou o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo – APEES, para estudarmos como podemos colaborar mutuamente nos nossos projetos. Nos encontramos com o coordenador de documentos manuscritos e audiovisuais e cartográficos, o historiador Michel Caldeira de Souza e a assessora técnica e também membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, a historiadora Juliana Sabino Simonato. Através do trabalho voluntário dos alunos do Projeto PIBIC|PIVIC |Ufes e, possivelmente com colaboração de outras áreas que também estão em contato com o APEES, nós ficamos animados com a ideia de estarmos mais próximos do Arquivo Público, espaço precioso da memória gráfica capixaba.

Heliana Pacheco em visita ao APEES

Heliana Pacheco — Outubro, 2010

A importância da articulação textual na construção da hierarquia e do sentido da informação

Postado por ladht em 29/09/2010

As palavras têm poder e podem dirigir a leitura. Uma técnica interessante que tomou espaço considerável na transmissão da informação foi a Ilustração Tipográfica. Esta prioriza a imagem que simboliza a informação a ser repassada, contendo em sua construção caracteres que a compõem. Uma artista que se pode destacar neste meio é Keira Rathbone. Ela monta sua obra a partir de uma máquina de escrever antiga que adquiriu em um bazar. Para idealizar seus desenhos, ela tecla letras diversas vezes em uma determinada posição a fim de criar sobras e compor a imagem prevista. A duração de uma composição detalhada pode chegar até 90 horas.
Ainda que esta seja uma das formas de se usar as letras em um papel, não é a única. O locutor de um texto consegue de forma discreta dirigir a leitura e entonação de voz de seu leitor. A fonética de palavras com sufixo semelhante, em um poema, dá formação às rimas construindo para o texto um ritmo de leitura quase musical. Estas pequenas regras de construção podem direcionar a leitura, de acordo com a intenção do escritor do texto, gerando um clima emotivo sobre a obra. O jornal “E.T.V.” utilizou tal recurso quando, em sua composição, adicionou poemas produzidos pelos alunos da escola, incluindo-os em uma de suas seções. Como bem pode exemplificar a imagem da quinta página do jornal de circulação interna, da edição de número 19, de abril de 1945, na seção “Ao léu do tempo”.
O papel do designer gráfico não se limita apenas as formas de composição textual. Ele ainda pode recorrer a estilos de escrita baseando-se, por exemplo, na fonética das palavras utilizadas em um poema, assim como dito anteriormente. Tal recurso poderia ser realizado com a ajuda de simples elementos já existentes, tais como o “negrito”, “itálico”, “corpo” e “sinais ortográficos”. Assim como a Keira Rathbone, mencionada no início do texto, o designer pode validar os caracteres existentes em seu repertório dirigindo a leitura e guiando a entonação de voz de seu interlocutor. Uma forma de exemplificar esta sentença seria o modo de grafar uma palavra que deveria ser dita em voz alta, porém, no papel se utilizaria o recurso da caixa-alta. Torna-se IM-POR-TAN-TE ver a forma de se expressar através da escrita, blá-blá-blá …
Patrícia Campos — Setembro, 2010.

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