Postado por hpacheco em 16/04/2011
Ao se diagramar uma revista, qual seria o melhor tamanho escolhido pelo designer para a fonte/texto de uma revista? Em outras palavras, qual corpo seria ideal para os títulos, para o texto, para as legendas de revista? A resposta parece ser simples: depende da revista, do seu tamanho, do seu leitor. No caso daRevista Vida Capichaba, pode-se notar que o texto básico durante todos os seus anos até quase o final, era composto em corpo 9. Isto é notável porque a aparência da revista tinha por base essa configuração discreta vinda da harmonia que o uso constante de uma fonte com mesmo corpo, causa visualmente. Se houvesse variação de tamanho, o resultado afetaria toda a identidade gráfica da revista, como aconteceu nos seus últimos anos, junto com outras mudanças.
Nos títulos , o corpo variava. Usava-se outros tamanhos e certas seções como a de “Poesia”, também podiam mudar, mas mesmo ali ainda se via o padrão que era o uso do corpo 9 no texto.
O que variava mesmo era o uso de entrelinha. Durante os primeiros cinco anos, o texto era composto com o uso de uma entrelinha mais justa em proporção ao tamanho da fonte. Encontramos c. 9./8,5 e c. 9/9 prevalecendo. Já em 1929, o texto básico se torna c.9/11. Esse aumento da entrelinha em relação ao corpo da fonte, dava uma aparência mais leve a mancha gráfica e com certeza, uma leitura mais confortável. Combinado com títulos com variadas fontes, vinhetas e outros recursos gráficos, proporcionava um contraste onde a hierarquia das informações era bem definida.
As vezes o que é mais discreto, mas é constante, é o que dá identidade a uma publicação, como por exemplo, a fonte, seu tamanho e sua entrelinha. É muitas vezes, uma atuação subliminar no leitor. O designer deve estar atento a isso, deve olhar com atenção a todos os elementos gráficos que compoem a sua página e, como um maestro com sua orquestra, dizer quem e quando deve aparecer. A base deve ser tratada com toda a atenção pois ela dá o suporte ao resto.
Postado por hpacheco em 18/10/2010
Visitando Muqui, cidade ao sul do ES, seguindo sugestão do historiador Michel Caldeira de Souza, do Arquivo Público, vimos os casarões da época áurea do café na região, que estão tombados. É uma coleção espetacular, não só de arquitetura, mas de tipografia arquitetônica. A tipografia das edificações vistas nos títulos e nas datas de construção, falam de uma identidade gráfica capixaba dos anos 20. Tema que certamente merece estudo que se somará aos já em andamento em outras cidades do Brasil, enquadrados na grande pesquisa da memória gráfica brasileira.
Vejam algumas a seguir e mais neste link. (mais…)